quarta-feira, 21 de março de 2012

Acidente doméstico: todo mundo já vivenciou este drama, seja em pequenas ou em grandes proporções. Pode ter sido com um familiar, um parente, um amigo, um vizinho. Talvez não tenha sido necessário ser atendido em alguma urgência médica, os primeiros socorros foram efetuados em casa mesmo. Ou talvez o acidente foi de média ou grande complexidade e foi necessário um atendimento de urgência por profissionais especializados. Porém o mais doloroso é quando mesmo assim, após a hospitalização, após os cuidados médicos, ficam sequelas físicas e psicológicas que podem perdurar por toda uma vida. Nossos entes queridos estão sofrendo acidentes em casa, quando praticam esportes, na hora do lazer e na escola, e todo esse sofrimento poderia ser evitado em 90% dos casos. Leia abaixo alguns trechos sobre as pesquisas na área feitas por especialistas e algumas reportagens sobre o assunto: Vários autores apontam o trauma resultante das causas externas como o principal mal dos últimos 60 anos, em todas as partes do mundo, ocorrendo tanto em países desenvolvidos, devido à industrialização, urbanização e motorização, como também em países subdesenvolvidos, onde o ambiente hostil, a explosão urbana, a superpopulação, a miséria e a educação e vigilância insuficientes contribuem para a incidência das causas externas(8-10). Mundialmente, os acidentes estão entre as cinco principais causas de mortalidade, ocupando em quase todos os países a segunda ou terceira colocação(11). Fonte:www.scielo.br - Christine Baccarat de Godoy Martins - Acidentes na infância e adolescência: uma revisão bibliográfica Na Inglaterra, o Serviço Nacional de Saúde tem um custo estimado em 450 milhões de Libras, por ano, com tratamento de lesões causadas por acidentes domésticos. Neste mesmo país, em 1995, os feridos devido a acidentes domésticos somaram 37% de todos os feridos atendidos em hospitais. Entre todos os tipos de acidentes domésticos, as quedas somam mais de 38%. No Brasil, não existem estatísticas sobre acidentes domésticos, porém acredita-se que estes índices sejam semelhantes ou superiores aos da Inglaterra. Fonte: www.inmetro.gov.br Os acidentes, ou lesões não-intencionais, representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. No total, cerca de 5 mil crianças morrem e mais de 119 mil são hospitalizadas anualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, configurando-se como uma séria questão de saúde pública. Estimativas mostram que a cada morte, outras quatro crianças ficam com sequelas permanentes que irá gerar, provavelmente, consequências emocionais, sociais e financeiras à essa família e à sociedade. De acordo com o governo brasileiro, cerca de R$ 63 milhões são gastos na rede do SUS – Sistema Único de Saúde. Fonte:www.criancasegura.org.br O trauma no mundo O trauma é a principal causa de morte em crianças e adultos jovens, e um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Quando há sobrevida, as sequelas temporárias ou permanentes têm um índice elevado. Segundo Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes, lançado em dezembro de 2008 pela Organização Mundial da Saúde e UNICEF, 830 mil crianças morrem vítimas de acidentes, anualmente, em todo o mundo. (Fonte: ABIB, Simone de Campos Vieira. Prevenção de Acidentes com Crianças. Artigo apresentado no I Fórum de Prevenção de Acidentes com Crianças, São Paulo, 2004) "Acidentes domésticos são a segunda maior causa de atendimentos no Hospital de Urgências de Goiânia, perde apenas para o socorro às vítimas do trânsito. Em janeiro, a média foi de nove pessoas por dia, 292 durante o mês, somente no Hugo – o hospital recebe apenas casos graves, como politraumatismo. Esse tipo de acidente é considerado uma das principais causas de adoecimento e morte, de acordo com o Ministério da Saúde. Com prevenção, os cuidados em casa devem ser dobrados especialmente com as crianças e com os idosos, que são as principais vítimas. “Os acidentes, em geral, se tornaram problema de saúde pública”, pontua a coordenadora de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes, do Ministério da Saúde, Marta Maria Alves da Silva. Segundo ela, o acidente doméstico é um dos fatores que mais impactam o sistema de saúde e são evitáveis. “Têm impacto na qualidade de vida e são passiveis de prevenção”, destaca. As quedas, por exemplo, foram responsáveis por 39,1% dos atendimentos no País em 2010, de acordo com dados do Saúde Brasil. No ano passado, foram 3.739 atendimentos no Hugo às vítimas de acidentes domésticos, enquanto acidentes de trabalho somaram 1.884. Já os de trânsito foram 9.524. Essa proporção não é diferente no resto do País como expõe Marta Maria. “Se pegar um pronto socorro das grandes urgências, a grande parte são traumas, acidentes por causas externas.” Também são os acidentes domésticos responsáveis por 20% dos atendimentos nos Centros de Assistência Integral à Saúde (Cais), de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Fonte: www.ohoje.com.br O perigo do acidente doméstico - Katherine Alexandria Diante desse panorama, o que vamos fazer como sociedade civil organizada? 90% dos acidentes poderiam ser evitados se o governo investisse em educação para a prevenção. O tema prevenção de acidentes domésticos precisa entrar na formação de pedagogos e professores. É preciso também treinar médicos, enfermeiros, cuidadores de cheches e de asilos, Os pais também necessitam ser treinados para a prevenção de acidentes no lar e ainda precisamos de campanhas educativas na tv e no rádio. Daí o dinheiro economizado pelo SUS (o montante depassa alguns bilhões de reais) poderia ser investido de outras formas: em tratamentos mais modernos, medicamentos de ponta, equipamentos médicos de última geração, treinamento do pessoal, melhores salários para os profissionais da saúde, enfim o Ministério da Saúde não precisaria aumentar sua dotação orçamentária para conseguir mais verbas para a saúde! A ONG Criança Segura declarou que ouve uma reduçaõ de 40% nas morte em acidentes com crianças após as campanhas educativas para o uso da cadeirinha. Foram poupadas 2.000 vidas! É possível reduzir os acidentes domésticos da mesma forma. A França elegeu 2011 o ano da luta contra acidentes domésticos e de lazer. Mais de 40 organizações da sociedade civil fundaram um coletivo para reinvindicar investimentos governamentais na área da prevenção de acidentes domésticos. Além disso eles conseguiram o apoio de muitos políticos para a causa e a meta é baixar em 50% o número de acidentes domésticos e de lazer neste país que é de 11 milhões por ano. O site francês é o www.stopauxaccidentsduquotidiens.fr. Nós brasileiros vamos fazer o que? Esse assunto concerne todas as pessoas, pois qualquer um pode sofrer um acidente, seja em casa, na escola, no lazer e na prática de esportes. Ou ter um ente querido acidentado. Fica aqui o blog aberto a sugestões, críticas, etc. Deixe aqui seu comentário.

Um comentário:

  1. Bom,..."tudo vale a pena se alma não é pequena"...
    Poderiam os governantes levar alguma informação à população brasileira no horário nobre.Mas,eeepa!!!
    informação demais atrapalham as mercadorias nobres...

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